segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Ciranda.

Eu me perdi de você naquele dia. Os seus olhos marejaram de novo e, de novo, a culpa era minha. Nossas madrugadas faziam barulho, mas agora era de tristeza. Eu me escondi de você naquele choro. Tantas coisas que eu queria dizer, mas só conseguia dizer besteiras. Não disse que eu amava as suas sardinhas, que não vivia mais sem suas risadas, que daria a minha vida pelo peso do seu corpo no meu, ou só pra poder encostrar pra sempre a cabeça no seu peito até eu conseguir dormir.Aquela noite a gente se perdeu e a culpa foi minha. Minha porque eu fugi de muita coisa e, chegando aqui, continuei meio perdida. Só que no final de todo pranto, você me dá um abraço. E eu reluto porque preciso chorar minhas lágrimas, mas acabo cedendo porque preciso mais ainda abraçar você. Naquele dia você me encontrou de novo. E encontrou em mim tantas coisas que eu tinha esquecido que existem porque fiquei com medo, de novo, de ser feliz. Na verdade eu vou continuar fugindo e você sabe. Eu vou correr pra todos os lados como uma borboleta que procura desesperada a luz, mas aí vou me dar conta que nossa vida é redonda e, aconteça o que acontecer, é você quem vai estar sempre no centro de tudo. E eu, finalmente então, não vou voltar pra você porque, afinal de contas, eu jamais fui à lugar algum.