segunda-feira, 12 de maio de 2008

Recitando o silêncio

Mas qualquer coisa que eu diga vai ser mesmo qualquer coisa que eu disse. As palavras são curtas e não alcançam lá no fundo, onde dói escondido quando o mundo dormiu e não há nenhum olho aberto pra enxergar. Ninguém te vê. As palavras não adormecem com o mundo porque já nascem sem som. E não adianta, menina, e você sabe. Qualquer lágrima que os seus olhos chorem vão ser mesmo qualquer lágrima chorada e ninguém desse mundo vai parar a sua correria pra acariciar o seu rosto. A resposta está em fechar os olhos e não ouvir nada, ignorar as palavras, porque elas enganam a gente e a felicidade - quando chega - é tão precisa que emudece.