sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O interrogatório [e a mordida].

Onde é que se enfia a mão pra tirar da cabeça o bixo que vive lá dentro, que engole suas idéias, que atormenta sua paz, que mistura suas palavras e confunde seus pensamentos? E se existiu mesmo uma esfinge, como é que ninguém decifrou e como é mesmo que foram devorados os que ainda estão vivos? Será por isso que andam por aí tantos corações despedaçados? Teriam sido eles apenas engolidos por suas próprias esfinges?

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ano bom.

Dizem que o que dizemos faz sempre um barulho prolongado em algum outro lugar onde não somos capaz de ouvir o eco, e lá, neste mesmo lugar encantado onde as nossas palavras têm o peso do mundo, há quem as tome por verdade, por meta e guia e é, então, por esse motivo que se dissermos muito uma coisa e acreditarmos mesmo, ela pode se tornar verdade.

Eu pulei ondinhas com você e, pra falar bem a verdade, acho que foram muitas mais que sete. Eu já não estava contando porque, neste ano ímpar, a minha felicidade não há de ser feita de migalhas contadas, mas sim de contos completos. Estórias mesmo.

E eu sei que há momentos em que fica difícil distingüir o que são fogos do que são fatos, saber aquilo que brilha de verdade. Fica difícil acreditar na verdade e perceba, até o jeito que eu escrevo, de agora em diante, é mentira. Tiraram meus acentos e minhas tremas.

Porém, você há de prestar atenção. No meio daqueles fogos barulhentos e da alegria alcólica de todo mundo estavámos eu e você diante do mesmo mar e sob o mesmo céu. E sabe do mais incrível? As estrelas escondidas na bagunça ainda eram as mesmas.