sábado, 5 de dezembro de 2009

Conversa com o espelho.

Num grupo de pessoas você percebe quão despedaçado você é, como sua vida é disfuncional em vários sentidos e como talvez a sua felicidade seja mesmo posta nas mãos de outras pessoas ou das suas próprias ilusões e é por isso que é tudo sempre tão difícil. Mas num grupo, daqueles bons, você também vê tudo aquilo que sobra em você e falta nos outros, você vê sua capacidade de amar difundida em lente de aumento, você enxerga seus erros e consegue aplicá-los pro acerto. E você se sente bem por fazer parte do grupo dos que têm capacidade de dizer tudo aquilo o que sentem, mesmo quando é feio, no meio de quem quer que seja, muito embora saiba que isso, o conceito, é imaginário e que falar pros outros, não é nada mais do que falar pra si mesmo. E o grupo é só pretexto então pra ouvir o que a gente mesmo sempre quis nos dizer, mas nunca teve coragem.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Mundo vasto. Mudo.

A vida é engraçada porque acontece aos poucos quando a gente tem euforia e tão devagar quando achamos que temos tudo sob controle. Hoje o dia era meu, a manhã teve sol e eu comi frozen de nutella de sobremesa. Amanhã eu já não sei mais e depois eu posso ter perdido tudo o que eu julgava mais amar e acabar assim, sozinha e, incrivelmente inteira. A vida faz a gente rir da gente mesmo porque a verdade é que se a gente não ri, a gente acaba morrendo. E de véspera ninguém morre. nem eu, nem você e nem aquele velho poema que fala de saudade, ou aquela músa do cat Power sobre a menina que se odeia e quer ir embora pra sempre. A vida veio pra mim e eu vim pra ela, cá estou, peito aberto, cara à tapa, salto alto pra encarar e pra que nem pensam em me pisar. E eu vou vivendo, fazer o quê? O que resta pra quem tem coragem e vontade é mesmo, apesar de tudo, viver.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Arco-íris.

Todas as cores do mundo se juntaram bem naquele passarinho e ele vôa tão livre por aí que me dá inveja. Eu, que gosto tanto de gente colorida, tenho inveja do passarinho, que tem a leveza, a rapidez, as cores e a vida toda pra ele, voando por aí em forma de liberdade. Meu espírito é como o dele, mas eu tenho que ficar aqui. Não ter asas é mesmo muito injusto.